quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fórum Permanente de Desafios do Magistério: As diferentes faces do racismo e suas implicações na escola

Fórum Permanente de Desafios do Magistério
As diferentes faces do racismo
e suas implicações na escola

16 de Novembro de 2011
Local: Centro de Convenções da UNICAMP
Horário: Das 9h às 17h

Informações Adicionais:
Secretaria de Eventos – FE/UNICAMP: eventofe@unicamp.br


INFORMAÇÕES GERAIS
Local: Centro de Convenções da UNICAMP
Data: 16 de Novembro de 2011
Horário: Das 9h às 17h
Informações Adicionais: Secretaria de Eventos – FE/UNICAMP
eventofe@unicamp.br

SOBRE O EVENTO
O cotidiano da escola, esse campo de acontecimentos, é um espaço onde vemos manifestarem-se as diferenças. Cada vez mais nossas escolas são povoadas pelos “diferentes”: pessoas das mais diversas raças, pessoas surdas, cegas, com problemas de mobilidade, com dificuldades de aprendizagem, que vivem a sexualidade de forma diferenciada daquilo que é considerado “normal”. Como olhamos para elas? Que efeitos sua presença provoca na escola? Como se dá nossa percepção do diferente? De forma geral, a sensação que sentimos frente ao diferente é a de estranheza, de estrangeiridade.
Na medida em que não suportamos a sensação de estrangeiridade, é necessário encontrar elementos que justifiquem e suportem o processo de apagamento das diferenças. Os mecanismos de exclusão que permeiam o cotidiano da escola são fundados em relações de racismo, como forma de justificar que o outro (o anormal, aquele que escapa da norma) deve ficar de fora. No cotidiano da escola, as relações de exclusão pelo racismo colocam-se para muito além da questão de raça, mas permeiam as questões de gênero e de sexualidade, as questões daqueles que vivem de forma diferente, daqueles que aprendem de forma diferente, como formas de violência física ou simbólica. Cada vez mais, se consolida a presença midiática do bullying, um fenômeno que sempre esteve presente na escola, mas que hoje ganha dimensões apavorantes.
Pensando com o filósofo Michel Foucault, podemos entender o racismo como esse poder de corte, de promover uma fragmentação de um contínuo biológico que pode, então, ser separado, organizado, controlado e normatizado, se necessário com a exclusão daqueles que desviam excessivamente, que escapam à norma e que já não podem ser normalizados, posto que tal exclusão fica justificada pela proteção e a garantia de direitos para aqueles que estão na norma. E esse conceito pode também ser aplicado ao campo da educação.
No âmbito do cotidiano da escola, vemos a proliferação das diferenças. Agimos de forma análoga aos mecanismos racistas quando classificamos essas diferenças, separando-as em campos distintos e organizando-as, de forma a poder controlá-las, sob o argumento de que, com isso, estamos incluindo, estamos “respeitando” os diferentes e seus direitos civis. Quando seguimos no âmbito micropolítico da educação esses princípios construídos no âmbito macropolítico da educação, estamos legitimando um processo de estriamento e estratificação que permite controlar e mesmo “apagar”, neutralizar as diferenças.
Este Fórum propõe-se a pensar as múltiplas formas de manifestação do racismo na escola brasileira em nossos dias, de modo que, reconhecendo-as, possamos criar as estratégias para superá-las.
Objetivos
Este evento propõe-se a produzir, organizar e fornecer subsídios para o delineamento de ações que contribuam para:
  • discutir e aprofundar as diferentes formas de racismo (processos de exclusão do outro) que vivemos em nossas escolas;
  • promover reflexões acerca do acolhimento ou não às diferenças nas escolas brasileiras em nossos dias;
  • analisar as relações políticas e sociais que permeiam a realidade escolar no tocante às diferenças em suas mais diversas manifestações;
  • favorecer o intercâmbio de conhecimentos oriundos das pesquisas em Educação e Diferenças com aqueles provenientes das práticas pedagógicas na educação básica; 
  • buscar formas de construção de novas relações, que possam investir na superação dos múltiplos racismos presentes em nossas escolas.

PROGRAMA
MANHÃ

9h00 – Abertura

Carmen Zink Bolonhini-Assessora da Coordenadoria Geral da Universidade
Sérgio Antonio da Silva Leite– Diretor da Faculdade de Educação da Unicamp
Cecília de Godoy Camargo Pavani - Departamento de Educação da RAC
Antonio Carlos Rodrigues de Amorim – Presidente da ALB
Sílvio Gallo – DiS – FE/Unicamp
09h30 – Conferência de Abertura
A inclusão do surdo na escola: um jogo de faz-de-conta?
Convidado:
  • Adail Sobral (Universidade Católica de Pelotas)
Moderador: Silvio Gallo (DiS-FE-Unicamp)
 10h30 – Intervalo para Café
11h00 – Debate
Racismo à brasileira: faces do preconceito racial no Brasil
Convidados:
  • Ângela Fátima Soligo (DiS-FE-Unicamp)
  • Caroline Jango (DiS-FE-Unicamp)
Moderadora: Regina Maria de Souza (DiS-FE-Unicamp)
 
12h30 – Intervalo para almoço
14h00 – Mesa-redonda
Múltiplas Faces do Racismo na Escola
Convidados:
  • Racismo de Estado e a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência (ONU/ Decreto N. 6.949): avanço ou retorno ao mesmo? (Regina Maria de Souza - DiS/FE-Unicamp)
  • Gênero, Sexualidade e Educação: a fabricação das diferenças e do sexismo (Fernanda de Lourdes de Freitas – Secretaria de Educação de Hortolândia e DiS/FE-Unicamp)
  • O preconceito relativo à criança com problema de aprendizagem (Fábio Camargo Bandeira Villela – UNESP-Presidente Prudente e DiS/FE-Unicamp)
Moderadora: Ângela Fátima Soligo- DiS/FE-Unicamp
 
17h00 – Encerramento

ORGANIZADORES:
FE - Faculdade de Educação
A organização deste Fórum está sob a responsabilidade do Grupo de Estudos e Pesquisas Diferenças e Subjetividades em Educação. O grupo DiS tem como objetivo geral produzir conhecimentos na transversalidade de campos de saberes que tenham como perspectiva a condição humana, em especial, a partir da Filosofia, da Psicologia Social, da Psicanálise e da Lingüística. Criado em 2005, desde 2006, o DiS tem desenvolvido disciplinas de pós-graduação, com a participação individual ou coletiva de seus docentes, envolvendo como estudantes pesquisadores do grupo e outros alunos do programa de pós-graduação interessados. Desde 2009, estão sendo realizados, mensalmente, os Seminários do DiS, com o objetivo de divulgar as pesquisas desenvolvidas no grupo, por seus docentes-pesquisadores e por seus estudantes-pesquisadores, em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Todas essas atividades acontecem na Faculdade de Educação da Unicamp e são abertas ao público. O DiS tem desenvolvido vários projetos de pesquisa financiados pelo CNPq e pela FAPESP, nas mais diversas linhas de fomento. Seus membros têm publicado artigos em periódicos de destaque no Brasil e no exterior, bem como livros e capítulos de livros. Desta produção recente, destacamos o livro Fundamentalismo e Educação (Ed. Autêntica, 2009), organizado por seu líder e contando com a participação de vários membros do grupo, bem como de outros convidados externos. Site do Grupo: http://www.fe.unicamp.br/dis
ALB – ASSOCIAÇÃO DE LEITURA DO BRASIL
A ALB – A Associação de Leitura do Brasil é uma sociedade científica sem fins lucrativos; legalmente instituída desde novembro de 1981, em Campinas, com o objetivo básico de lutar pela democratização da leitura no contexto brasileiro. A ALB congrega todas as pessoas que estão interessadas no estudo e discussão de questões relativas à leitura - pesquisadores, professores de todos os níveis, estudantes universitários, bibliotecários, jornalistas, editores, livreiros, historiadores etc. Sua intervenção se faz mediante: realização de Congressos, dentre os quais se destaca o COLE (Congresso de Leitura do Brasil), realizado bianualmente na UNICAMP, e o Seminário Nacional “O Professor e a Leitura do Jornal” em parceria com o Grupo RAC e ANJ (Associação Nacional de Jornais),  estímulo à organização e implantação de grupos regionais de estudos e pesquisas, apoiando seus trabalhos e facilitando a troca de experiências; dinamização da Roda de Pesquisadores da ALB; publicação de livros, revistas, cadernos e boletins, nos quais não apenas se expressam os pontos de vista da ALB, mas os dos estudiosos da questão.
Site da ALB: alb.com.br

GRUPO RAC
O GRUPO RAC  é constituído por um complexo multimídia que envolve os jornais Correio Popular e Diário do Povo, Notícias Já, a Revista Metrópole, Gazeta de Piracicaba, Gazeta de Ribeirão, o Portal RAC e a Agência Anhangüera de Notícias. Atende a um mercado de mais de cinco milhões de consumidores em Campinas e RMC (Região Metropolitana de Campinas). Desde 1992, o Departamento de Educação desenvolve o programa Correio Escola Multimídia promovendo o prazer da leitura dentro e fora da sala de aula mediante o uso da mídia.
Sites da RAC: http://www.rac.com.br/ e http://www.correioescola.com.br/

INSCRIÇÕES ABERTAS"Fórum Permanente de Desafios do Magistério"

Nenhum comentário: